Le Monde destaca Berna Reale em exposição em Portugal

Esta semana, o blog do jornal francês Le Monde publicou matéria sobre a exposição “Artistas Comprometidos? Talvez”, do programa de cultura contemporânea “Próximo Futuro” da Fundação Calouste Gulbenkian de Portugal.

A matéria dá destaque entre outros para Berna Reale.

Para ler a matéria completa clique aqui:

A seguir uma tradução livre de trechos da matéria:

A Fundação Gulbenkian, instituição principal da cena de arte de Lisboa tem muitas facetas, além de sua arte clássica, coleções orientais ou decorativos. Um deles é o programa Proximo Futuro, que se dedica à arte contemporânea da África e da América Latina (e da Europa), com palestras, performances, filmes. A exposição atual (até 7 de Setembro) tem um título enganador: “Artistas Comprometidos? Talvez”. Espera-se um pensamento bastante político e social, e um questionamento do distanciamento do artista em relação ao seu compromisso. Sem dúvida este é um problema presente em algumas obras, mas mais difíceis de se identificar em outros, ou que aparecem mais em segundo grau, como disse o curador António Pinto Ribeiro: “a política não deve ser o patrocinador, mas o assunto. Isto é provavelmente o que mostram os meus favoritos entre as peças apresentadas, e especialmente os filmes.

Mais comprometidas, mais brutais são as performances da artista brasileira Berna Reale (que também é perita criminal), que falam do poder, da violência e das vítimas. Em “Ordinario”, ela coleciona restos humanos de pessoas desaparecidas e os transporta em uma carroça manual (tais como aquelas em que os mortos foram arrastados em campos de batalhas) pelas ruas esburacadas da cidade brasileira de Belém do Pará, toda vestido de preto, como anjo da morte trágica. Em “Palomo”, montando um cavalo vermelho, vestindo um uniforme completo de policial com um focinho, ela patrulha as ruas do centro, e “Soledade”, vestindo um elegante tailleur, Berna Reale conduz um carro de porcos nas ruas de uma bairro famoso por seu mercado de drogas. Esses rituais aparentemente evocam a ironia absurda do caos, uma poesia trágica de violência. Um nome para se lembrar.

 

Para mais informações sobre a exposição “Artistas Comprometidos? Talvez”clique aqui



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