(São Paulo, SP)
Para aprofundar o conhecimento na produção de Abraham Palatnik, o Museu de Arte Moderna de São Paulo convidou o curador Felipe Scovino para realizar uma exposição com o acervo do MAM que conversasse com a retrospectiva “Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura”.
Assim, nasce “Diálogos com Palatnik”, apresentada de 2 de julho a 15 de agosto, na Sala Paulo Figueiredo.
Com 39 obras de 26 artistas diferentes, a mostra caminha por duas vertentes que são próprias na trajetória desse artista: a capacidade de alargar as propriedades sobre a pintura – e concomitantemente sobre a arte construtiva – e a aplicação da artesania na fabricação das obras, criando um sentido particular sobre o que significa a ideia de inventor nas artes visuais.
“Palatnik afirma que tudo o que faz é pintura. Nos objetos tridimensionais é a luz, a cor e o movimento que o interessam. Também surge a artesania com a reflexão sobre como o signo da pintura pode ser identificado para além de tinta sobre a tela ao adicionar pregos, barbante, adesivos, tecidos, tapeçaria e outros objetos,” explica Scovino. “A forma como cria as obras, que envolve sistemas eletrônicos produzidos de forma caseira – tendo parafusos e motores elétricos como complemento aos pincéis -, transmite a ideia do inventor e da manufatura em Palatnik,” completa o curador.
A exposição possui um núcleo de inventores, seguindo uma espécie de metodologia à la Palatnik. Destacam-se nesse grupo, o coletivo Chelpa Ferro e os artistas Guto Lacaz, Marcelo Silveira e Paulo Nenflidio, com trajetórias que não têm relação direta com as tendências construtivas e tampouco possuem signos geométricos nas obras apresentadas, porém flertam com a manufatura, o apuro técnico e a integração com a tecnologia, além de considerarem uma outra relação com o ateliê, variando entre uma semelhança com uma oficina ou um lugar multifacetado em que predomina o dado meticuloso no exercício da produção manual.
“Desta forma, a mostra exibe uma propriedade que transmite à pintura uma característica de amplitude, confundindo-se com a escultura, o design, o objeto e todo e qualquer suporte. É essa característica de invenção que sempre interessou a Palatnik e que de forma direta ou indireta poderá ser vista no trabalho desses artistas” finaliza Felipe Scovino.
Artistas participantes: Alcindo Moreira Filho, Alfredo Volpi, Aluísio Carvão, Chelpa Ferro, Emmanuel Nassar, Fernando Velloso, Geraldo de Barros, Guto Lacaz, Jac Leirner, José Leonilson, José Damasceno, José Spaniol, Kosuke Iwata, Leda Catunda, Marcelo Silveira, Mary Vieira, Mônica Nador & Renato Imbroisi, Nelson Leirner, Norberto Nicola, Paulo Nenflidio, Paulo Roberto Leal, Raymundo Colares, Rodrigo Andrade, Sergio Camargo e Willys de Castro
“Diálogos com Palatnik”, com Paulo Nenflídio e Rodrigo Andrade
Curadoria de Felipe Scovino
Em cartaz até 15 de agosto
MAM-SP – Sala Paulo Figueiredo
Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Tel.: 11 5085-1300