México recebe artistas brasileiros em “Atopia: Migración, Legado y Ausencia de Lugar”

(Guadalajara, México)

As obras de Jonathas de Andrade‘s and Paulo Nazareth podem ser vistos na exposição coletiva ““Atopia: Migración, Legado y Ausencia de Lugar”, que integram o acervo da Thyssen-Bornemisza Art Contemporary. Outros artistas em cartaz são Allora & Calzadilla, Taysir Batniji, John Bock, Monica Bonvicini, Abraham Cruzvillegas, Mario García Torres, Carl Michael von Hausswolff & Thomas Nordanstad, Mathilde ter Heijne, Sanja Ikevović, Brad Kahlhamer, Los Carpinteros, Rivane Neuenschwander, Walid Raad, The Atlas Group, Alex Rodríguez e Do Ho Suh.

Atopia, uma palavra mais frequentemente usada pela medicina e filosofia, significa falta de lugar, deslocamento, inclassificável e de alta originalidade. A palavra é, ao mesmo tempo, uma categoria de alteridade, diferença, expulsão e exclusão, assim também é uma referência ao inefável, o imaculado e absoluto. É nessa dupla conotação em que o termo torna-se um meio para artistas de pensar e lidar com ideias de lugar, geografia, migração, legado, o transpor de barreiras nacionais, sociais e culturais. O atópico está e não está aqui, é uma posição que nega local, talvez uma atitute que remete à experiência cultural ou social mas que ao mesmo tempo mantém sua distância.

Desse modo, a exposição concentra-se nas práticas e representações dos modos em que os artistas participaram e negociaram os conceitos de “lugar” ou “origem”, seu passado, legado e ambiguidades culturais, como todos os dilemas que essas noções causam. O que parece ser apenas uma denotação geográfica vem com um aparato de definições e é baseado em sistemas autoritários. Gradativamente, essa denotação geográfica de espaço deu lugar a um significado mais fluido e múltiplo, investido de afetos pessoais e complicado por subjetividades. Por isso, site-specifics e narrativas locais tornaram-se importantes expressões artísticas na última década. A exploração artística da geografia através de mapas, paisagens, descrições, lugares e coleção de objetos culturais compõem o nexo.

A mostra observa as desvantagens dos processos de agregação e homogeneização e liga com as maneiras que um acervo de arte do século XXI é construído através de várias experiências diferentes, nas quais indivíduos e grupos participam em processos culturais e realidades diferentes. Ela implica estratégias para rebuscar certas histórias e especificidades de locais ao reafirmar representações de território. E também mostra como a inconstância das realidades políticas e econômicas criou contos de lugares e como suas histórias impulsionaram a documentação e o surgimento de novas “deslocamentos continentais”.

“Atopia: Migración, Legado y Ausencia de Lugar”, mostra coletiva com Jonathas de Andrade e Paulo Nazareth
Em cartaz até 5 de outubro
Visitação: terças a domingos, de 10h a 18h
Quintas, de 10h a 22h
Fechado segundas-feiras

Museo de Arte de Zapopan
Andador 20 de Noviembre, 166
Zapopan, Mexico
T: (33) 38 18 25 75
mazinfo@zapopan.gob.mx



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