Mostra itinerante “Triangulações”

(Recife, PE)
A arte sem fronteiras: Mostra itinerante, “Triangulações” estréia em Brasília e reúne trabalhos de artistas de três regiões distintas do País.

A mostra “Triangulações” inaugura, em Brasília, no dia 3 de outubro, um circuito de artes visuais que convida o público a admirar a diversidade e o ecletismo, já que promove o acesso a novas obras produzidas fora do eixo Rio-SP. A exposição reúne o trabalho de artistas em atividade no Distrito Federal, Bahia e Pernambuco. Com curadoria geral de Alejandra Hernández Muñoz e regional de Marília Panitz, ela traz peças de 49 profissionais de variadas gerações, sendo 20 baianos, 20 do DF e 9 pernambucanos.

A proposta evidencia a riqueza da produção, tanto de talentos consagrados da arte contemporânea, quanto de promessas que estão despontando neste cenário. “A mostra Triangulações foi pensada para fomentar a difusão e o intercâmbio de olhares entre obras e universos com perfis e problemas próprios, mas com demandas e anseios comuns para o debate artístico contemporâneo”, observa a coordenadora geral do projeto, Eneida Sanches.

“Triangulações” fica no Museu Nacional até o dia 19 de outubro. A montagem da exposição foi idealizada para criar diálogos e confrontos de apreciação com leitura em cinco eixos possíveis.

A mostra impulsiona a troca de experiências entre os artistas envolvidos e, é claro, presenteia o público ávido a conhecer cores, formas e expressões de expoentes de cada localidade. “A intenção é fortalecer a arte, aproximá-la do público, dar visibilidade nacional aos artistas regionais”, reforça Marília Panitz, curadora do DF. O mais interessante, de acordo com ela, é que, ao mesmo tempo em que derruba fronteiras, a exposição lança questionamentos. “Até que ponto o que é produzido nas diferentes cidades, reflete em linguagens e expressões realmente distintas neste mundo em que a circulação de ideias é cada dia mais acelerada? Temos mesmo um regionalismo tão aflorado?”, indaga.

Depois da capital do País, a mostra “Triangulações” estará em cartaz em Recife, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, de 7 a 24 de novembro. Para fechar o circuito 2013, segue para Salvador, onde fica de 12 de dezembro a 06 de janeiro de 2014 no Museu Carlos Costa Pinto e Galeria Paulo Darzé. A produção executiva é da Empresa Livre.

A proposta “Triangulações” é fruto do bem sucedido projeto baiano Circuito Das Artes, uma mostra de arte contemporânea realizada há oito anos em Salvador. Em 2013 o evento compreendeu exposições artísticas em sete instituições culturais, com coordenação geral de Eneida Sanches. As três últimas edições foram patrocinadas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, por meio do Fundo de Cultura. A mostra “Triangulações” surgiu da necessidade de ampliar horizontes e fazer um intercâmbio com outros Estados, trazendo a Bahia como vértice de um triângulo entre três unidades federativas. O DF inaugura o circuito que compreende Bahia e Pernambuco.

Eixos e Artistas Participantes

Uma triangulação, de modo geral, é a ação de três vetores sobre um ponto. O termo é utilizado em diferentes áreas, desde a física geodésica até o futebol, para referir a ação de três forças ou elementos que, em conjunto e de forma articulada, visam um mesmo objetivo. Na geometria, mais especificamente, três pontos definem um único plano e os segmentos determinados entre esses pontos delimitam uma figura. Entretanto, como se pode ler uma triangulação artística? O que caracteriza as forças atuantes? Qual é o plano comum que perpassa os pontos de referência? Que figura ou cenário pode resultar dos segmentos correspondentes?

O projeto “Triangulações – Circuito das Artes 2013” reúne três pontos do território artístico contemporâneo brasileiro: Brasília, Recife e Salvador. A partir de uma seleção de artistas de diferentes gerações e em atividade nas três capitais, busca-se identificar temáticas, técnicas e linguagens comuns e específicas.

A mostra compreende obras de 49 artistas, promovendo a difusão e o intercâmbio de olhares entre produções e cenários com perfis e problemas próprios; talvez, com demandas e anseios comuns para o debate artístico contemporâneo.

A montagem dos trabalhos foi realizada buscando criar diálogos e confrontos de fruição e leitura através de cinco eixos possíveis.

Intimo Eu – neste grupo, questões sobre erotismo, desejos e repressões são apresentados ora de modo ambíguo, conjugando aspectos lúdicos e perversos, ora misturando repertórios bizarros e abjetos com o cotidiano irrelevante.

Com Ana Verana (BA), Anderson Santos (BA), Camila Soato (DF), Daniel Santiago (PE), Eckenberger (BA), Elder Rocha (DF), Juarez Paraíso (BA), Rebeca Silva (BA), Rinaldo Silva (PE) e Roberto de Souza (BA).

Sagrados & Profanos – este elenco abrange dimensões éticas da existência humana, desde a gramática de rituais religiosos conhecidos às raízes familiares mais introspectivas e menos acessíveis.

Com Anderson AC (BA), Ayrson Heráclito (BA), Clarice Gonçalves (DF), Elias Santos (BA), Irmãos Guimarães (DF), João Angelini (DF), Márcio H. Mota (DF), Milena Oliveira (BA) e Renato Rios (DF).

Topografias Inefáveis – aqui são apresentados trabalhos que exploram o potencial da imagem como discussão de materialidades físicas intangíveis e espacialidades inacessíveis ao domínio empírico.

Com Aristides Alves (BA), Bete Gouveia (PE), Flávio Lopes (BA), Gaio (BA), José Patrício (PE), Karina Dias (DF), Leonardo Celuque (BA), Péricles Mendes (BA), Polyanna Morgana (DF), Thales Noor (DF) e Yana Tamayo (DF).

Anti-Fábulas – compreende uma série de peças que, partindo de recursos gráficos e narrativos conhecidos e muitas vezes oriundos de linguagens como HQs, cinema e literatura, resultam em imagens que subvertem a aparência e a significação esperadas.

Com Carlos Lin (DF), Jeims Duarte (PE), Lucas Gehre (DF), Marcelo Silveira (PE), Pedro Ivo Verçosa (DF), Ralph Gehre (DF), Silvan Kälin (PE), Vauluízo Bezerra (BA) e Virgílio Neto (DF).

(A)Caso (Re)Corrente – são exploradas possibilidades de ambiguidade, instabilidade e aleatoriedade como operações da arte contemporânea, propondo paradoxos como chave lógica para a fruição.

Com André Santangelo (DF), David Glat (BA), Eudes Mota (PE), Fábio Magalhães (BA), Gê Orthof (DF), Gil Vicente (PE), Luciana Paiva (DF), Márcia Magno (BA), Maria Adair (BA) e Raquel Nava (PE).

Curadores

Alejandra Hernández Muñoz, curadora geral. Uruguaia, residente em Salvador desde 1992, é arquiteta, mestre em Desenho Urbano e doutoranda em Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAU/UFBA). Foi professora de Historia e Teoria da Arquitetura na mesma instituição entre 1998 e 2001 e, desde 2002, é professora de História da Arte do quadro docente efetivo da Escola de Belas Artes (EBA/UFBA), responsável pela disciplina de Historia da Arte Contemporânea. Exerce várias atividades relacionadas às Artes e Arquitetura, produzindo textos de história e crítica, e participando de júris e comitês de seleção. Atualmente integra a equipe curatorial do Programa Rumos Artes Visuais 2011-2013 do Instituto Itaú Cultural, coordenada pelo curador Agnaldo Farias. Desde 2003, desenvolve curadoria de diversas exposições de arte realizadas em Salvador, Recife, Belém e São Paulo.

Marília Panitz, curadora do Distrito Federal. Nasceu em São Leopoldo, RS. Vive e trabalha em Brasília. Mestre em Arte Contemporânea: teoria e história da arte, pela Universidade de Brasília, trabalha como professora desde 1980. É professora da Secretaria de Educação do DF desde 1983. Ensinou na Universidade de Brasília, pelo convênio SEEDF/FUB entre 1999 e 2011. De 1990 a 1996, dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga. Desde 1994, atua como pesquisadora e coordenadora de programas educativos em exposições. Em 1997, atuou como assessora dos projetos de artes visuais da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, entre eles o Panorama das Artes Visuais no Distrito Federal. Em 1998, dirigiu o Museu de Arte de Brasília, onde coordenou o Prêmio Brasília de Artes Visuais 98 e o Programa de Bolsas de Pesquisa MAB/MinC para jovens artistas. A partir de 1999, passou a publicar artigos sobre artistas de Brasília em jornais e catálogos. Em 2001, passou e desenvolver propostas de curadoria. Desde 2000, coordena o Programa educativo do CCBB- Brasília.

Eneida Sanches, coordenadora geral. Formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal da Bahia é criadora do Circuito das Artes, participando ativamente em todas as edições. Foi coordenadora da Galeria ACBEU, em Salvador, Bahia de 2002 a 2009. Como artista plástica, teve obras publicadas em importantes livros de arte, recebeu prêmios, como o concurso de melhores práticas da Caixa Econômica Federal, em 2001, Menção especial na Bienal do Recôncavo e XVI Salão Nacional Do Museu De Arte Moderna Da Bahia. Teve sua obra representada em exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, além de ter obras em coleções do Caribbean Cultural Center – NY – EUA, Smithsonian Institute – Washington – EUA, IY Art Center – Londres – Inglaterra, Museum for African Art – New York – EUA, Museu de Arte Moderna da Bahia e Afrika Museum – Berg em Daal – Holanda.

Mostra “Triangulações”, curadoria de Alejandra Hernández Muñoz e Marília Panitz, e coordenação de Eneida Sanches

Brasília, DF
Quando: 3 à 19 de outubro de 2013
Onde: Museu Nacional da República
Setor Cultural Sul, Lote 02, Esplanada dos Ministérios
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h as 18h30

Recife, PE
Quando: 6 à 24 de novembro de 2013
Onde: Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – MAMAM
Rua da Aurora, 265
Horário: Terça a sexta-feira de 12h às 18h
Sábados e domingos de 12h às 17h

Salvador, BA
Quando: 12 de dezembro à 6 de janeiro de 2014
Onde:

Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM
Av. Sete de Setembro, 24 – Corredor da Vitória
Horário: Segunda a sexta (exceto terça), 14h30 às 19h.
Sábado, 14h30 às 18h.
Fechado em feriados.

e Galeria Paulo Darzé
Rua Chrysíppo de Aguiar, 8 – Vitória
Horário: Segunda a sexta das 9h às 19h
Sábado de 9h às 13h

Mais informações: http://circuitodasartes.art.br/espacos-da-mostra/



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