(Rio de Janeiro, RJ)
Exposição PIPA 2013 com os trabalhos dos Finalistas – Berna Reale (Belém, PA), Cadu (São Paulo, SP), Camila Soato (Brasília, DF) e Laercio Redondo (Paranavai, PR).
Quatro artistas, diferentes origens, diferentes experiências, diferentes trabalhos, diferentes pensamentos, mas um objetivo comum: mostrar um trabalho representativo.
Os quatro foram selecionados dentre 48 artistas para serem os finalistas do PIPA 2013.
O vencedor da principal categoria (PIPA), vai receber um total de R$100.000, sendo a maior parte em dinheiro, e parte usada para financiar a participação do artista vencedor em um programa internacional de residência artística na Residency Unlimited, em Nova York, de março à maio de 2014.
Assista ao excelente vídeo produzido pela Matrioska Filmes, gravado durante a montagem da exposição. Nele os artistas falam sobre as obras que estão expondo.
A mostra pode ser visitada de terça à domingo, até 10 de novembro, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio). (veja os horários de visitação mais abaixo)
Sobre os finalistas:
Berna Reale
Realizadora de instalações e performances. A violência tem sido, nos últimos anos, o seu grande foco de atenção.
Reale tornou-se perita criminal do Centro de Perícias Científicas do Estado do Pará e vive de perto as mais diversas questões de delito e conflitos sociais. Suas performances são pensadas com o objetivo de criar um ruído provocador de reflexão. Berna Reale foi a vencedora do PIPA Online 2012.
Sobre o que Berna Reale apresenta na exposição:
Berna Reale apresentará uma instalação composta por dez foto-performances com 180×110 cm cada. A obra intitulada MMXIII, é inédita, foi criada para a exposição do PIPA no MAM-Rio e trata de questões sociais e políticas usando a simbologia do poder e das forças de controle social. As dez imagens juntas tentarão fazer o espectador pensar sobre o momento atual, principalmente os conflitos nas ruas, quer seja no Brasil, quer seja na Síria ou em qualquer parte do mundo.
Cadu
Artista plástico doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Cadu é um dos poucos artistas que foi indicado ao PIPA em todas as suas edições. O artista trabalha com diversas linguagens como pintura, escultura, vídeo e objeto. Participou da Bienal de São Paulo de 2012. Por um ano desenvolveu um trabalho no qual ficou isolado numa cabana, minúscula, construída por ele, com energia elétrica escassa. O projeto integrava o estudo de doutorado de Cadu. O artista se considera além de “um produtor de objetos, um produtor de sentidos, de significados de posturas no mundo.”
Sobre o que Cadu vai apresentar na mostra:
Na região serrana do Rio de Janeiro, Cadu construiu uma pequena cabana de madeira e nela viveu isoladamente por um ano. Com recursos escassos e desprovido dos confortos urbanos, desejou empurrar os limites entre arte e vida a territórios onde a própria vida se fez limite. O projeto integrou seu estudo de Doutorado e participou da 30ª Bienal de São Paulo, cujo título “A iminência das poéticas” pareceu resumir suas intenções. No MAM, o “frame” em tamanho real de sua pequena morada estará suspenso sob as vigas do museu. Um templo que nunca tocou o solo e que mais incorporal do que nunca, conterá em seu interior uma publicação com trechos de seu diário disponível ao público.
Sobre a obra, cadu comenta: “Ouvi que Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, ao ter sua casa queimada proferiu: ‘Minha casa é meu chapéu.’ Hoje minha cabana é meu chapéu.
Todo fora-da-lei do pensamento, que não joga mais o jogo dos outros, abre uma dobra de beleza naquilo que é violento.”
Camila Soato
Em sua obra, associa a tradição da pintura a óleo figurativa, envolta em uma usual seriedade, com temáticas relacionadas ao humor satírico que se apresenta em situações esdrúxulas (fulerage). São recortes de imagens que fragmentam e narram momentos bizarros.
Sobre o que Camila Soato vai apresentar na mostra:
A proposta expositiva para o MAM é composta de temas que mesclam crianças e vira-latas em situações no limiar do cômico, do grotesco, da fuleragem, do ridículo. São misturas de situações deslizes, erros, engraçadas apropriadas da internet, com espessas massa de tintas que formam uma carnação violenta. Assuntos banais que envoltos pela seriedade tradicional que o suporte pictórico ainda carrega, eleva o banal, o mixuruca para atentar o olhar às minudências do cotidiano, pode ser uma forma de desestabilizar modelos pré-estabelecidos de percepção, de chacoalhar com as sensações catalogadas, de questionar a seriedade oficial e o desejo de evadir certa catatonia na qual podemos estar imersos.
Laercio Redondo
Nascido em uma pequena cidade do Paraná, vive há muitos anos entre o Rio de Janeiro e Estocolmo, Suécia. Sua pesquisa envolve a memória coletiva e seus apagamentos na sociedade, seu trabalho é frequentemente motivado pela interpretação de eventos específicos relacionados com a cidade, a arquitetura e representações históricas.
Sobre o que Laercio Redondo vai apresentar na mostra:
O espaço de Laercio Redondo será composto por obras inéditas, da série “Lembrança de Brasilia”.
Sobre essa obra, Laercio comenta “A conjunção entre arte, vida e arquitetura é analisada a partir do processo de criação dos painéis e azulejos do artista Athos Bulcão (1918-2008).
A obra de Bulcão é marcada por um processo no qual, por vezes, incluía a participação ativa dos operários na montagem dos murais. Este singular é, enquanto relevo do aspecto social e da inclusão poética dos trabalhadores no resultado dos grandes painéis de azulejos presentes na arquitetura e na paisagem de Brasília, o fio condutor de toda a pesquisa.
Lembrança de Brasília contextualiza esse processo, reencena e resignifica o ofício do azulejador, que no Brasil tem início nos tempos coloniais. O conjunto de obras é assim uma reflexão sobre um artista essencial na discussão da aproximação entre arte, vida e arquitetura na historia recente do Brasil.”
PIPA 2013 – Finalistas
de 8 de setembro a 10 de novembro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
votação popular: de 8 de setembro a 20 de outubro
Horários de funcionamento:
De terça à sexta: das 12h às 18h;
Sábados, domingos e feriados (horário de inverno | 6/jul – 22/set): das 11h às 18h.
Ingressos:
Inteira – R$8,00
Estudantes maiores de 12 anos – R$4,00
Maiores de 60 anos – R$4,00
Amigos do MAM – grátis
Crianças até 12 anos – grátis
Ingresso família (somente aos domingos) para até 5 pessoas – R$8,00
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Don Henrique, 85.
Parque do Flamengo.
Rio de Janeiro – RJ
Tel: (+5521) 2240-4944