Luiz Camillo Osorio fala, em entrevista exclusiva para o site do PIPA, sobre a força do trabalho da artista norte-americana que abre sua primeira exposição no Brasil amanhã, no MAM-Rio, apenas para convidados, e na quinta-feira para o público.
“Uma coisa que eu acho interessante dizer é que todos os jornais de um modo geral focam na polêmica. A palavra polêmica virou um aposto da exposição da Nan Goldin: ‘A exposição da Nan Goldin – a polêmica’ e eu não gostaria que o elemento polêmico ficasse à frente de todas as discussões que o trabalho dela pode suscitar.
Essa discussão ficou para trás, agora vai abrir a exposição e tudo que se fale agora, que se fale a partir das obras. Vejam as obras, comentem, discutam, apresentem seus pontos de vista, todos os pontos de vista possíveis acho que são interessantes para falar dessa obra.
Agora deixem a obra falar por si, a polêmica já passou e que a discussão polêmica que surja, surja junto com a obra, esse espaço é saudável.
Ela é uma exposição polêmica? É polêmica, mas é uma exposição poderosa, bonita, o olhar dela (Nan Goldin) é um olhar afetuoso sobre relações absolutamente não convencionais, em que há um leque de possibilidades de relação, de convivência, de paternidade, maternidade, de amor. Tudo isso eu acho que aparece nos slideshows.
E ao mesmo tempo tem uma série fotográfica chamada “Paisagem” que também é muito interessante, como a Nan mesmo diz, lida com essa escala meio sublime, meio incomensurável da natureza: o oceano, o deserto, tudo aquilo que não é delimitável, representável, que ultrapassa de certa maneira o limite do humano. São 16 fotografias que estão na entrada da exposição que mantem esse lirismo num outro lugar, fora do humano.
Depois você mergulha no humano e a sua complexidade, que eu acho que é uma combinação boa.
Então agora eu acho que o importante é ver o trabalho. Que as pessoas vejam, discutam, o MAM-Rio está lá pra ser o fórum desse debate. Que ele aconteça.” Luiz Camillo Osorio, curador do MAM-Rio e Conselheiro do PIPA.
Nan Goldin, “Jesus in Rio”, 1997.
“Heartbeat” é a primeira exposição individual que a artista norte-americana Nan Goldin, classificada pelo jornal The New York Times como a mais influente dos últimos 20 anos, realiza em terras brasileiras.
A exposição foi programada para ser realizada em outra instituição, mas foi cancelada, apenas dois meses antes do início, devido ao conteúdo sexualmente explícito do seu trabalho. A principal razão teriam sido as fotografias contendo atos sexuais ao lado de crianças.
Luiz Camillo Osorio, curador do MAM-Rio e membro do Conselho de PIPA, mudou a programação do museu, a fim de acomodar a exposição.
Haverá sinais de alerta para as fotografias cujo conteúdo pode não ser adequado para todos os públicos.
A exposição é imperdível!
Horários de funcionamento:
De terça à sexta: das 12h, às 18hs;
Sábados, domingos e feriados: das 12h, às 19hs.
ATENÇÃO: O MAM não abrirá de 18 à 22 de fevereiro, e no dia 6 de abril.
Mais informações: www.mamrio.org.br
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Don Henrique, 85.
Parque do Flamengo.
Rio de Janeiro – RJ
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